Arquivo | Novembro, 2012

VIVEMOS NUM MUNDO EM TRANSMUTAÇÃO E SUBLEVAÇÃO…

27 Nov

Por certo muita gente já verificou, que habitamos num período que aceita como um dado adquirido que os valores humanos patentes estão em crise. Naturalmente, e em todas as épocas, sempre surgiram clamores manifestando semelhantes abalos. A nossa época, neste ponto de vista, aparenta ter assumido que se terá atingido uma crise generalizada. Ante todos os acontecimentos que revestem o mundo actual, não subsistem atualmente critérios seguros para distinguir o justo do injusto, o bem do mal, o belo do feio; tudo é relativo, subjetivo, confuso e duvidoso.
A maior parte dos países, particularmente os europeus, estão mergulhados numa perigosa crise económica e social, mas ao mesmo tempo numa profunda crise de chefias, que são incapazes de romper novas perspectivas, de projetar países com futuridade, fortalecidos, verosímeis, onde os seus cidadãos nutram regozijo em viver.
Hoje em dia, as múltiplas lideranças seguem a corrente dos mercados do “faz de conta”, da representação, do marketing, ou seja, são cosmeticamente espampanantes, pouco lógicas, parcamente previdentes, exclamam por políticas delirantes, vociferam, mimicam, têm comportamentos extravagantes, usam palavras sem nexo e não consentem a condicionalidade do fiasco como homens.
As chefias que nos governam, normalmente são mal-educadas, passam a vida a denegrir companheiros de profissão, os seus competidores, fabricam grandes mentiras, instigam, devaneiam, colocam-se em bicos de pés, asseverando que a culpa é sempre dos outros e não sabendo fazer uso da grandeza do silêncio. As tendências destemperadas da política moderna ditam os preceitos, e os seus líderes têm de ser levianos, pouco judiciosos, pouco sociáveis, muito espetaculares nas posturas, num globo e numa sociedade que clama por sangue e os apelida de trapaceiros, mentirosos e usurários.
Efetivamente, hoje em dia, a vida pública, económica e social transfigurou-se em verdadeira “selva humana”, travestindo-se de pessoas arrogantes, sem competência, sem proficiência e sem ética. Não obstante, acredito num mundo melhor, mas confesso: a minha esperança é cada vez menor!

QUANDO A GENEROSIDADE EXISTE…

22 Nov

Quando a generosidade acontece, então, a vida pessoal se ilumina, pois “somos ricos em tudo: na confiança, na eloquência, no conhecimento da doutrina que possamos seguir, seja ela qual for, e em toda a espécie de reparos, e também, na caridade que recebestes de nós”. Propositadamente, começo por lembrar esta passagem do Apóstolo Paulo para que sejamos acordados para este sentido da generosidade. E isso, porque o nosso tempo atual precisa de reencontrar este valor, porque o mundo assumidamente “moderno”, necessitado de tantos outros valores, muito em especial, precisa do valor da generosidade como de “pão para a boca”. A propósito, e se repararmos bem, encontraremos um imenso deserto na circunstância, porque falta muito a generosidade no coração da humanidade.
Não é de admirar, que é cada vez maior o número de necessitados e de indigentes no mundo; o individualismo ou o “salve-se quem puder” é o moderno preceito que comanda a vida; a falsidade faz uma multidão de mártires; a dependência de substâncias alucinogénias cava sepulturas; a procura da vida fácil é o fundamental desejo de tanta gente; o hedonismo ou o prazer momentâneo é o pensamento comum; a evasão dos sacrifícios e de tudo o que seja ter algum penar comanda a vida; o medo do futuro e das coisas divinas faz escola em tantos lares; o medo de assumir compromissos para a vida toda também está presente por todo o lado; a irresponsabilidade face aos actos que se realizam é singular; o fazer da vida um desregramento total é pão nosso diário. Enfim, concluo o catálogo com esta conclusão, tornou-se muito familiar o não acreditar em nada e em ninguém, porque nada garante fidelidade, e hoje as coisas são e amanhã já não serão, e vice-versa. Por isso penso, que o mundo precisa da generosidade nem que seja num pequeno grupo para ser o “fermento no meio da massa”, e isso para que possa levedar…
Meus amigos, caríssimos leitores e subscritores a valia da generosidade é um caminho essencial que salva quem o segue e contribui para a bem-aventurança de todos os que benfeitorizem desse valor. A generosidade é a bondade ou a compaixão pelos outros, que emerge da vida que se inquieta com o mundo, não apenas para alguns, mas para a felicidade de todos!

QUE TODOS POSSAM DESPERTAR!

O DIREITO À INDIGNAÇÃO…

21 Nov

“Não aleijemos a pobre humanidade mais do que ela já está com tantas sacudidelas da direita para a esquerda e da esquerda para a direita, de cima para baixo e de baixo para cima. Do individualismo para o colectivismo e do colectivismo para o individualismo”.
(Almada Negreiros, in “Ensaios”)

Caríssimos amigos, leitores e subscritores – penso ser necessário dizer e reafirmar, que todo o ser humano, isto é, todo o cidadão de qualquer que seja o país tem direito à indignação, logo tem o direito de denunciar aquilo que considera um insulto ao seu património e ao da sua comunidade. Lembramos aqui, que ainda é obrigação de todos zelar pelo Bem Comum, até porque este também nos pertence individualmente.
Conquanto consagrado no mundo há vários anos, todavia pouco respeitado e até desconhecido por muitas comunidades, o direito à indignação é parte integrante dos direitos, liberdades e garantias que as diversas Constituições Político-Administrativas nos garantem. Devendo, pois, ser a força motora e, por conseguinte, uma ferramenta indispensável do contributo individual para o aperfeiçoamento e aprofundamento da autêntica democracia.
Enfatizamos aqui, que tudo isso está nas nossas mãos que jamais deveremos lavar com o argumento farisaico de que não estamos para nos aborrecer.
Sei que muita gente concorda com esta visão da forma de intervirmos, enquanto cidadãos da mesma rua, do nosso bairro, da nossa cidade, deste nosso mundo…
Parece-me ser absolutamente importante defender, que um dos mais fundamentais direitos em Democracia é sentirmos indignação e repulsa pelos actos e políticas daqueles que nos governam. Há alturas em que temos direito de considerar que esses actos superam a simples manifestação de concepções de governação diferentes.
Portanto, entendo que ser humano do século XXI não pode ser uma vítima. O indivíduo deve revolucionar, construir, destronar, demolir, conceber, eleger, candidatar, questionar, pensar, agir. Assim, o direito à indignação e à construção de alternativas deverá ser sempre uma questão arrolada com o nosso direito à existência plena. Logo, a indignação é um direito que não devemos deixar de praticar. Mesmo que seja só isso.
Em suma, o direito à satisfação é tão válido como o direito à indignação e a recordação agradecida da recordação de um passado que nos faz ser sempre bem melhores!

MANIFESTO EM PROL DA LIBERDADE!

18 Nov

Aceitem meus amigos, leitores e subscritores, como homem de paz, como clínico não-convencional, como escritor, palestrante, colunista e amante do Fado faço este “manifesto” contra a hipocrisia e a autocensura em prol da própria liberdade… Mas, em prol da autêntica liberdade que nos desvincula da desprezível e traiçoeira “paz podre”, que reside na maior parte do mundo em que habito e respiro…
Estamos no século XXI. Sim, no século em que tudo faz mal. Certamente. Vivemos nós num mundo no qual tudo, literalmente TUDO faz mal à saúde. Tudo mata. Tudo é vil, danoso, nocivo.

Vejamos: o delicioso chocolate dá espinhaço que pode infectar. O aprazível amendoim dá disenteria. O vinho dá cirrose hepática. O cigarro dá cancro. O refrigerante dá diabetes. O churrasco aumenta o colesterol. O tomate dá pedra nos rins. A laranja contém fertilizantes que nos intoxica. O biscoito tem gordura que entope as artérias. A fuligem faz mal. O cloro faz mal. O encanamento tem ferrugem e a água que sai desse cano contém cloro. Jogar futebol desgasta os joelhos. Cantar agride as cordas vocais. Os “headphones” ensurdecem. A televisão nos cega. A internet emburrece. Beijar dá herpes. O sexo tornou-se um risco de vida com tantas doenças venéreas: gonorreia, sífilis, candidíase, vaginose, cancro, chato (parasita da púbis), hepatite, VIH, HPV. Efectivamente, tudo faz mal. Tudo mata. Enfim, até o “diazepan” que os médicos convencionais receitam faz mal.
Mas, por mais estranho que pareça, ainda não é só o que atrás apontei, há muito mais.

Examinemos: nasci, moro e vivo em países nos quais os treinadores de futebol são chamados de professores e, por conseguinte, os professores são apelidados de “tios”… Nestes países, as verdades são tidas como inconvenientes, e as mentiras, assumidas como confortantes… Quando os jovens resolvem ter relações sexuais o governo oferece os preservativos… Logo a seguir à experiência sexual a moça tem direito gratuito à “pílula do dia seguinte”… E se engravidou, o “ministério da saúde” e da “segurança social” oferece o aborto… Se “porventura” teve filhos, a administração dá-lhe o abono de família, e mais qualquer coisinha… Se estão desempregados, receberão o “subsídio de desemprego”… Se estão na escola e não aprendem nada, o governo criará “novas oportunidades”… Se são toxicodependentes, os serviços de saúde trocam as seringas… Se alguém detesta trabalhar, o governo oferecerá o rendimento de “inserção social”… Mas, contrariamente, se alguém estuda, trabalha, produz e respeita a sociedade aonde vive verificará o que acontece: os governos oferecerão uma carrada de impostos e grandes responsabilidades…

Mas, não fica por aqui. Presenciemos: os menores de idade podem roubar, formar quadrilhas, matar, agredir os pais, estuprar, insultar e injuriar os professores, prostituírem-se, atentar contra o pudor, mandriar… Todavia, o menor de idade não pode trabalhar, levar um ralhete acertado ou uma palmadinha, nem sequer responder pelos seus crimes… Por sua vez, os políticos são exímios nas estratégias das distracções, fazendo evoluir a crença nos problemas sem fornecer as reais soluções. Os políticos apelam para as emoções sem credibilizar a racionalidade, provocando a revolta popular baseada no complexo de culpa. Fomentam, também, o culto à degradação e à indiferença. Falam com o público como se ele fosse “menor de idade”. Mantêm os povos na ignorância e na indolência. Encorajam o colectivo a submeter-se à mediocridade…
Por fim, e ante a impudência do mundo em que vivo sem que a vasta maioria de indivíduos queira acordar, ergo esta manifestação de inquietação e fadiga também perante a arrepiante realidade de que só quem apresentar provas, e assinar declaração de que não segue nem suporta o culto tibetano de “Dorje Shugden”, poderá livremente assistir a palestras dadas pelo Dalai-Lama, em plena cidade de Dharamsala; francamente pensei que pertencia a um movimento universalista sem “dogmas” nem “heresias”, pois estava ele enriquecido pela divina compaixão… Em suma, por entre guerras e conflitos ditados por egos inflamados, por entre “falsas amizades” que tudo criticam e tentam controlar, manipulando a sanidade de quem tudo presencia sem peneira nem crivo, por entre aquelas e aquelas que que se abancam quando a mesa está farta, e desaparecem quando não cheiram o mínimo petisco ou guloseima na mesa dos outros, por entre a hipocrisia e o cinismo dos “sistemas” que teimam burlar a melhor vontade de quem é ainda límpido e crédulo, escolho afastar-me do semblante desta sociedade que tudo corrompe e amordaça e, de vez em quando, vomitar o que trago na alma para que todos arroguem que ainda “estou vivo”…

Tenho dito!

MEUS AMIGOS, CUIDADO COM A CULTURA DA DISTRACÇÃO…

17 Nov

Para a contemporânea “doença” da distracção ou desatenção, altamente cultivada pelas classes governativas e poderosas (em todos os sentidos) deste nosso mundo decadente como, bem poderão admitir e verificar, não existe “cura” e, também, não é tarefa descomplicada para quem quer que seja, pois não depende da interferência de médicos convencionais, e não convencionais, de terapeutas (até mesmo holísticos) ou da simples mas dispendiosa ingestão de remédios, sejam eles quais forem. Com a devida vénia e profundo respeito, se pensarem um pouco (o que é bem necessário hoje em dia), peço-vos que analisem e investiguem a verdadeira causa desta lacuna psicológica que não será nunca eliminada com a orientação profissional de quem padece do mesmo mal e não sabe como combatê-lo em si mesmo. Julgo que é fácil compreender, que essa é uma das contradições da pedagogia e da psicologia modernas: o professor ou o instrutor/aconselhador pretende ajudar os outros a enfrentar complicações pessoais e colectivas sem antes tê-las superado em sua própria vida.

Para ser bem cintilante e assertivo nesta minha opinião, é necessário avalizarmos que, hoje em dia, a desatenção existente é uma propensão mental proveniente da preguiça, do comodismo e, nomeadamente, das abstracções estéreis que a política governativa, económica deprimente, industrial massiva, comercial alienada e, nomeadamente, religiosa sem escrúpulos cria com a mais desenvolta e impune astúcia e má-fé. Esta realidade insofismavelmente bem patente, naquilo que se designa por “rotina” e “automatismo mental” tornou milhões de seres humanos distraídos e desatentos. A distracção – como muito bem poderá ser sentida – torna as pessoas ingénuas e inseguras; portanto, brinquedos nas mãos de “passarões” da política, das mais variadas facções religiosas, do grande poder publicitário, da comunicação social, e de toda a sorte de circunstâncias facilmente visíveis para quem estiver mais atento. Talvez por isso, a cultura actual seja tão volteada para diversões de todo género, porque o ócio e a inactividade mental tornam os governos mais poderosos e todas as facções ou elites político/ governativas bem mais hábeis no que pretendem conseguir para elas próprias. E os povos do mundo, esses “morrendo” à míngua por soluções que democraticamente discutidas e assumidas de forma garantida pelo seu voto aquiescente, cada vez mais – distraidamente – sustentam a não solução das mesmas, escavando um fosso entre a real Liberdade e a Escravidão a que chegam por “sua livre e espontânea vontade”… Pois, sem sombra de dúvida, foram os indivíduos que constituem as nações do mundo, embora “empurrados para a desatenção”, que deram consumação a tudo o quanto os priva da sua qualidade de vida que pensaram um dia construir à custa de sistemas que alimentam o logro da credibilidade e do obviamente simples de todos os sistemas “populistas” oferecidos a todas as populações desta nossa Terra…

Meus amigos, a julgada atenção em tudo o quanto se faz sem realmente o afluxo da consciência é inoperante. No entanto, como bem podem reparar, a consciência humana anda muito ociosa, encapotada, enfraquecida. Assim, num mundo onde colossais mentiras são tidas como verdades, e o contrário é um facto, a possibilidade da ampliação da “Consciência Maior” fica impossibilitada de acontecer, e a síndrome da distracção alastra-se em volumetrias verdadeiramente ameaçadoras, tornando os indivíduos e os povos deste Globo sem ânimo e sem alma…
Visível e assumidamente, defendem muitos indivíduos que tempo é dinheiro. Ainda mais: que o ter é poder. As próprias instituições ditas democráticas asseveram, que onde falta dinheiro, falta felicidade. Como bem poderão presenciar, essas são só algumas das inúmeras faces da Grande Mentira que comprou a alma humana para sacrificá-la como no tal conhecido “diabo” descrito por Goethe. Portanto, meus caros amigos pensem comigo (e não como eu), o “mecanismo da vossa atenção” deve ser orientado pela Consciência Superior e não por remédios, tratamentos ou aconselhamento espiritualmente duvidosos, muito menos por politiquices que desgraçam a nossa própria segurança de Seres Humanos, que todos devíamos sem qualquer medo ou fobia manter e assegurar.

QUE TODOS OS SERES POSSAM DESPERTAR!

O PSICOSSOMATISMO…

11 Nov

Clinicamente conhecido há mais de um século, o psicossomatismo pode influir na saúde do corpo de maneira muito intensa. O mecanismo que faz surgir a moléstia é aparentemente simples: o cérebro possui uma região chamada hipotálamo, diretamente interligada a uma glândula – a hipófise. Essa glândula, localizada bem em baixo do cérebro, produz hormônios que praticamente controlam todas as funções do nosso organismo.
Como o hipotálamo é uma espécie de antena captadora das emoções, e sentimentos mais intensos (e não só), essas emoções acabam alterando o funcionamento do hipotálamo e a sua relação com a hipófise. O resultado é quase sempre catastrófico: doenças respiratórias, de pele, circulatórias e gastrointestinais causadas ou agravadas pela tensão nervosa.
O processo é particularmente grave nos adolescentes. Eles desenvolvem desde uma simples acne até casos de câncer, fazendo chegar ao organismo alterações emocionais provocadas por conflitos internos e familiares. O problema tende a agravar-se com o tempo. É necessário o atendimento psicológico, e terapêutico (transpessoal, homeopático, ortomolecular, homotoxicológico, hipnose-condicionativa, etc.), para que a pessoa reconheça e compreenda que a origem de suas dificuldades está nos seus distúrbios emocionais.
Convém, nestes casos como em outros mais onde existam emoções fortes e desgastantes, fazer com que a pessoa conheça o mecanismo emocional que está na base dos seus distúrbios para que ela possa de forma consciente equilibrar o seu humor e, concomitantemente, todos os estados psicossomatizantes que contribuam para a sua infelicidade e enfermidade.

O PODER PURIFICADOR DO SILÊNCIO…

11 Nov

O PODER PURIFICADOR DO SILÊNCIO…

Realmente existem ocasiões em que o silêncio de qualquer pessoa tornar-se-á mais sábio do que qualquer palavra que poderia ser proclamada. Não só isso contribuirá para evitar discussões estéreis, demandas do ego, sustentações meramente contestáveis, aviltamentos da personalidade, como também, poderá devolver a serenidade eventualmente perdida nos momentos de altercação desprovida de nexo na defesa de raciocínios que não servirão para nada.
Por volta dos meus vinte e um anos, aprendi a valorizar o silêncio e, nomeadamente, a experimentar o seu grandioso poder purificador e curativo. Aprendi a desventrar o seu potencial de quietude e, com esta descoberta, conheci o meu “templo interior”… Tal qual numa igreja, sinagoga, mosteiro, abadia ou pagode em qualquer hora de prece recolhida todos nós calamos, silenciamos e emudecemos. Evitamos assim, interlocuções e, com isso, concentramo-nos no benefício do sossego e do desanuviamento mental, rumando ao Espírito. Efectivamente, este muito especial silêncio, em relação ao meio que nos cerca, torna-se num momento de profunda reflexão e de auto conhecimento, ou seja, antecede sempre a indagação da nossa pacífica essência. Para além disso, o espaço reservado a este maravilhoso instante, faz cumprir o seu verdadeiro papel: tornamo-nos um autêntico recipiente de bendições universais.
E quando há pessoas com quem podemos aprender (pois, de todos, sempre podemos aprender) o instante é de silenciar e de ouvir atentamente, absorvendo cada palavra para que ela penetre na nossa mente e não nos faça abandonar os momentos de apercepção, confusão ou dúvida. Além de tantos exemplos subsistem, também, aqueles tristes momentos em que não conseguimos realmente falar. E isso porque os nossos interlocutores perderam a noção das palavras, proferem vitupérios, abalaram a nossa manifesta calma, sacudiram a nossa firmeza. De igual forma – não imaginamos em como poderíamos consolar pessoas amigas que perderam um ente querido, mas, as palavras certas, não são encontradas. Então calamos, e descobrimos que apenas estar presente, pode tornar-se a melhor palavra, a maior bênção.
Como diz o ditado, “o silêncio na hora certa vale ouro”. Ele pode falar mais que mil palavras, dar mil conselhos e evitar uma situação opressiva e constrangedora. Na verdade, a maior parte das pessoas têm o hábito de falar demais e, no intervalo, se esquecem que não há retorno para o que foi dito. Em abono da verdade, muitas vezes quando não falamos, acabamos dizendo muito.
Como muita gente saberá, quando há fricção entre duas ou mais pessoas, e elas não conseguem conter-se, terminam por dizer coisas que, de maneira reflectida, não falariam. Uma discussão na qual se perde a calma é como uma fogueira, e as palavras proferidas impensadamente, são a ventania que aviva o braseiro que ateia o azedume e a discórdia; quando mais se fala, mais a ardência abrasa; quanto mais as pessoas declaram nessa situação, menos reflectem e acabam por alterar o tom de voz, de maneira que no final dessa inflamante discussão o que se ouvirá são apenas aberrantes rugidos.
Quantas pessoas estragam uma relação só por que não souberam a hora certa de falar e de calar… Quantos desentendimentos por que, querendo os interlocutores transmitir algo relevante, acabaram, simplesmente, cortando a comunicação com palavras esvaziadas e irreflectidas, magoando, martirizando e compungindo os demais… O pior é que o eventual arrependimento que vem a seguir não apaga as palavras proclamadas, não corrige os erros, e deveriam servir de lição… O que nem sempre acontece!
Em suma, era melhor que as pessoas aprendessem a contar até dez ou mesmo até cem vezes antes de retorquir bruscamente a algo que as afectou. Em abono da verdade, a resposta não será certamente a mesma depois de passado algum tempo. Mas, para as pessoas que não conseguem se conter numa controvérsia, o melhor é o afastamento temporário. É isso que eu faço!
É muito melhor pensar sem falar, que falar sem pensar!
QUE TODOS OS SERES PROGRIDAM!

O MUNDO E O HOMEM EM MUDANÇA…

5 Nov

Objectivamente, tudo é uma constante mudança. Os indivíduos mudam, apesar de muitos teimarem em não o fazer… O mundo muda, apesar de muitas instituições humanas tentarem que isso não aconteça… Realmente tudo se transforma com o tempo, e nada permanece igual. Não há como impedir essa mudança intrínseca e extrínseca. Por fim, o que a todos resta são os indulgentes e favoráveis momentos que foram vividos e que ficaram positivamente guardados para sempre na lembrança.
Penso que devamos viver cada segundo de vida intensamente. Nada é perfeito e, em nossa vida, surgem obstáculos e muitas vezes vemo-nos sem saída e sem solução para os nossos problemas. Neste contexto, temos que prosseguir e arranjar uma fórmula mais avançada para continuarmos na jornada da vida.
Com o tempo os indivíduos descobrem, que para tudo existe uma solução e, por conseguinte, que o maior e principal problema está em cada indivíduo, ou seja, a nossa dificuldade de encarar os fatos e de lutarmos por aquilo que realmente desejamos. Todo o indivíduo possui dentro de si um certo receio, isto é, uma insegurança de não conseguir alcançar os objectivos pretendidos e de ser um perdedor; mas a vida é uma intensa provocação, e devemos encará-la de “peito aberto” para poder vencer e mostrar a nós mesmos que somos capazes de lutar e sermos únicos e bem mais aperfeiçoados. Devemos, pois, sempre seguir a voz da intuição e seguir na vida sem medo de a viver.
Os indivíduos podem ser felizes com pequenas coisas. O que é necessário é fazer da nossa vida uma eterna primavera na qual, como num jardim ou canteiro florido, novas flores sempre nascerão. E isso, porque a vida é autêntica renovação, é profundo alento e temos que ter força para transmutar e reiterar a vivência conseguida. Não importa que tipo de vida possamos possuir, apenas a vivamos e tentemos nela sermos felizes, transformemos até o fim, busquemos os nossos sonhos e idealizações com toda a força que pudermos, pois com toda a certeza alcançaremos o portal final; e no fim da nossa vida, possamos olhar para trás e dizer com orgulho: “Eu mudei, eu existi, eu vivi, eu busquei, eu transpus”. E com isso, os pequenos e grandes obstáculos que tenhamos enfrentado, repentinamente serão percebidos como “espinhos” que se foram e se perderam com o tempo, neste imenso e tão pessoal jardim da vida!